André Kertész, Place Gambetta, Paris, 1928-29, Gelatin silver print, 1970s
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10 comentários:
Anónimo
disse...
Gosto do silêncio desta fotografia, não há sons de chuva, o transeunte solitário, quase desfocado, perder-se-á em segundos para lá do limite da fotografia. E perfdilados imóveis só ficarão os candeeiros, na fotografia deserta. Gosto do cinzento indiferente que a câmara registou.
Ia falar da excelência do olhar fotográfico de Kertész, da sua capacidade de tornar uma simples vista de Paris num ícone da melancolia urbana, mas fiquei fascinado com o olhar de Soledade no seu comentário, abrindo leituras diferentes das minhas, mas que ampliam a magia da imagem. O que eu vi foi o ritmo diagonal dos candeeiros que termina num candeeiro maior, de esquina, a "morder" a margem superior à direita e o carro do lado contrário em idêntica situação (mas quase a sair dela). E depois, no meio de toda esta ordem geométrica, vi os brilhos do chão molhado em espelho, sem os quais a presença do transeunte e toda a composição perderiam força.
Olá, Luísa. Roteia, obrigada por esta partilha. Nada sei de fotografia, mas gosto muito destas fotos que parecem instantâneos quase indiferentes, como um olhar desencantado que mal se detém na melancolia da cidade. Mas sei que em Kertész nada é deixado ao acaso ("o ritmo diagonal dos candeeiros", "esta ordem geométrica", "chão molhado em espelho"...). É fascinante rever a foto à luz de uma leitura que abre os processos da significância. Olho-a agora de outros ângulos, e "escuto" mais nítido o silêncio. Obrigada a ambos
Eu devia dizer qualquer coisa sobre o Kertész, mas a Soledade e a Roteia não me deixaram espaço, fizeram excelentes comentários. Desolação e aconchego, serenidade e inquietude. Que estranho ...
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10 comentários:
Gosto do silêncio desta fotografia, não há sons de chuva, o transeunte solitário, quase desfocado, perder-se-á em segundos para lá do limite da fotografia. E perfdilados imóveis só ficarão os candeeiros, na fotografia deserta. Gosto do cinzento indiferente que a câmara registou.
Ia falar da excelência do olhar fotográfico de Kertész, da sua capacidade de tornar uma simples vista de Paris num ícone da melancolia urbana, mas fiquei fascinado com o olhar de Soledade no seu comentário, abrindo leituras diferentes das minhas, mas que ampliam a magia da imagem.
O que eu vi foi o ritmo diagonal dos candeeiros que termina num candeeiro maior, de esquina, a "morder" a margem superior à direita e o carro do lado contrário em idêntica situação (mas quase a sair dela). E depois, no meio de toda esta ordem geométrica, vi os brilhos do chão molhado em espelho, sem os quais a presença do transeunte e toda a composição perderiam força.
Olá, Luísa.
Roteia, obrigada por esta partilha. Nada sei de fotografia, mas gosto muito destas fotos que parecem instantâneos quase indiferentes, como um olhar desencantado que mal se detém na melancolia da cidade. Mas sei que em Kertész nada é deixado ao acaso ("o ritmo diagonal dos candeeiros", "esta ordem geométrica", "chão molhado em espelho"...). É fascinante rever a foto à luz de uma leitura que abre os processos da significância. Olho-a agora de outros ângulos, e "escuto" mais nítido o silêncio.
Obrigada a ambos
Linda foto. Tem a temperatura, o cheiro, e a cor de Paris!
O movimento e a sua falta... bonito.
obrigado por mais kertész ... é sempre muito belo.
Eu devia dizer qualquer coisa sobre o Kertész, mas a Soledade e a Roteia não me deixaram espaço, fizeram excelentes comentários.
Desolação e aconchego, serenidade e inquietude. Que estranho ...
Excelentes comentários. Como sempre.
a fuga do mau tempo ou trbalho a 100M dali?
Porquê uma fuga?
Se calhar, vai ao encontro de qualquer coisa ou de alguém.
Ou não.
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