terça-feira, maio 30, 2006

Dominguez Alvarez I


Dominguez Alvarez, Segóvia, óleo s/ tela, 1932

(fotog. Mário de Oliveira in Dominguez Alvarez. Alvarez, um caso de desobediência, Laura Castro, Editorial Caminho, Colecção Caminhos da Arte Portuguesa no século XX, nº 3, 2005)


«Assinalando o centenário do nascimento do pintor Dominguez Alvarez (Porto, 1906-1942), esta exposição do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, comissariada por Ana Vasconcelos e Melo e Emília Ferreira, propõe uma revisitação à obra de um dos mais fascinantes e inquietantes pintores do chamado ‘segundo modernismo’ português.

Reunindo um conjunto de cerca de duas centenas de obras, entre pintura e desenho, expõe vários inéditos, incluindo quatro álbuns de desenhos e pinturas sobre papel, de pequeno formato, realizados durante as suas viagens pelo norte de Portugal e Espanha.

(...) Membro fundador do grupo ‘+Além’, (...) Alvarez é um dos subscritores do manifesto intitulado ‘Em Defesa da Arte’, no qual se afirmava que a arte não deve apenas evidenciar um saber fazer, mas ‘qualquer coisa que grita, que nos contorce e nos abre a sensibilidade’. (...)

Paisagista por imaginação e vocação (definindo-se euforicamente como ‘o maior paisagista da Península’), sintetizando e reinventando cenários a partir do natural visitado nas suas deambulações ibéricas, ele perseguirá como motivos as paisagens urbanas e rurais do Porto, Minho, Galiza e Castela, cenas de um muito particular quotidiano, com figuras masculinas negras e tortas, as admiráveis figuras à chuva, retratos de personagens vistas em primeiro plano sobre paisagens fundeiras e as majestosas torres das catedrais espanholas de Segóvia e, sobretudo, de Santiago de Compostela.

Mantendo uma linguagem própria, por vezes bastante sincrética, nas citações ou, talvez melhor, nas intuições, de tom expressionista e surrealista, Alvarez tornar-se-á clássico, não apenas no sólido conhecimento que demonstra em relação aos materiais e às soluções plásticas adoptadas, mas também na recorrência ao tratamento de um número reduzido de temas, num entusiasmo, numa entrega à ‘pintura pela pintura. (...)

A exposição estará patente de 19 de Maio a 15 de Outubro de 2006, na galeria do piso 01 da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.»

In Dominguez Alvarez, 770, Rua da Vigorosa, Porto

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