No sentido mais restrito, todos os conteúdos da consciência são inefáveis. Mesmo a mais simples das sensações é, na sua totalidade, indescritível. Toda a obra de arte precisa, portanto, de ser compreendida não só como uma coisa que é expressa, mas também como um certo tratamento do inefável. Na arte maior, temos sempre consciência de coisas que não podem ser ditas (regras de «decoro»), de contradições entre a expressão e a presença do inexprimível. Os mecanismos estilísticos são igualmente técnicas de fuga. Os mais poderosos elementos numa obra de arte são, muitas vezes, os seus silêncios.
Susan Sontag in Contra a Interpretação e outros ensaios, Lisboa, Gótica, 2004, p. 60
No meio do ruído das coisas.
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Duas despedidas tristes: a de Paulo Tunhas (1960), filósofo, cronista,
poeta, professor; e a de Luís Carmelo (1954), romancista, professor, poeta,
ensaís...
Há 11 meses
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